13 maio 2015

Xenofobia e shangaanfobia: história e estereótipos na África do Sul e em Moçambique (11)

"Do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento. Mas ninguém chama violentas às margens que o comprimem. " [Bertolt Brecht]
Décimo primeiro número da série. Permaneço no quarto ponto do sumário proposto aqui, a saber: 4. África do Sul 2008, 2010 e 2015, prosseguindo o subponto 4.3. Xenofobia, shangaanfobia, pogroms. São os “de baixo” que pagam, não os “de cima” locais, como que num processo de compensação perverso, como que num exercício de racismo sem raça. A perseguição xenófoba tem atingido momentos dramáticos, por exemplo em 2008, 2010 e este ano. Em 2008 milhares de Moçambicanos regressaram ao país. Em 2010, a África do Sul deportou em massa os imigrantes zimbabweanos e o nosso país recebeu mais de 40 mil compatriotas fugidos da violência. Em ambos casos, Zimbabwe e Moçambique receberam pessoas humilhadas, potencialmente geradoras de microclimas sociais de insatisfação. Estamos confrontados com uma crença objectivamente falsa mas havida como subjectivamente verdadeira.

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