09 março 2015

Assassinato de Gilles Cistac: hipóteses sobre contexto, causalidade e consequências (6)

"O facto científico é conquistado, construído e verificado" [Gaston Bachelard]
Sexto número da série. Permaneço no segundo ponto do sumário proposto aqui, a saber: 2. Possíveis modelos de imputação, mas entrando no ponto 3.1. Foi a Renamo. A Renamo pode ser o segundo modelo de imputação. Disputando à Frelimo a propriedade nacional dos recursos de poder e prestígio mediante, nos últimos meses, uma activa campanha de desobediência civil especialmente a cargo do seu presidente, Afonso Dhlakama, a Renamo poderia estar interessada em organizar o assassinato do Professor Gilles Cistac para depois imputá-lo à Frelimo. Aparente acto contranatura, se recordarmos o aval do jurista no tocante à constitucionalidade das províncias autónomas, mas que poderia jogar um imenso e rápido papel desestabilizador na credibilidade nacional e internacional do partido no poder e, desta forma, ampliar as margens de manobra do partido de Dhlakama nas negociações políticas em curso. Tenha-se em conta o desesperado esforço que a Frelimo tem feito para mostrar que nada tem a ver com o assassinato de Giles Cistac.
Porém, tal como no caso da Frelimo mostrado no número anterior, estamos neste momento perante um modelo de imputação sem qualquer tipo de prova. Não é crível que, nesta fase política do país, a Renamo estivesse interessada em assassinar Cistac.

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