13 março 2013

O aguilhão da história (sobre o assassinato do taxista moçambicano) (12)

"(...) a nossa preocupação no que se refere aos moçambicanos na África do Sul tem a ver com a extrema violência com eles tem sido tratados quando cometem crimes. Isto aconteceu agora, foi um caso excepcional, admitamos, mas também temos tido conhecimento de que os caçadores furtivos normalmente são mortos." - ministro Oldemiro Baloi
Décimo segundo número da série. Entro agora no quinto número do sumário proposto aqui, a saber: 5. Três negatividades: racismo, etnicismo e xenofobismo. Escrevi no número anterior que o que parece arbitrário, o que parece produto do capricho, o que parece consequência de um acto impensado de alguns polícias, está, afinal, carregado de lógica e de sentido social. Por outras palavaras: o que se passou não foi arbitrário. Se não foi arbitrário, se o fenómeno tem raízes sociais, se a história o atravessa em permanência, que fenómenos devemos ter en conta? Resposta: racismo, etnicismo e xenofobismo.
Com a vossa permissão prossigo mais tarde.
(continua)
Adenda: o vídeo a seguir contém imagens chocantes, aqui.
Adenda 2 às 7:34 de 05/03/2013: ouvidos ontem pela estação televisiva STV, camionistas moçambicanos que escalam a África do Sul queixaram-se de constantes maus tratos por parte da polícia sul-africana. Eles não gostam dos Moçambicanos - eis o resumo das intervenções.
Adenda 3 às 00:54 de 11/03/2013: este acontecimento trágico é propício não só ao sensacionalismo baixo-preço de certa imprensa, das redes sociais e dos blogues do copia/cola, como, também - estudem as televisões locais -, aos jogos políticos em geral e a certos jogos eleitoralistas em particular.

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