12 março 2013

O aguilhão da história (sobre o assassinato do taxista moçambicano) (11)

"(...) a nossa preocupação no que se refere aos moçambicanos na África do Sul tem a ver com a extrema violência com eles tem sido tratados quando cometem crimes. Isto aconteceu agora, foi um caso excepcional, admitamos, mas também temos tido conhecimento de que os caçadores furtivos normalmente são mortos." - ministro Oldemiro Baloi
Décimo primeiro número da série. Entro no quarto número do sumário proposto aqui, a saber: 4. As raízes sociais da excepcionalidade. Ora, o fenómeno poliédrico aqui em causa tem raízes sociais, é profundamente social no sentido de que tem múltiplos tentáculos históricos, nacionais e regionais. O que parece arbitrário, o que parece produto do capricho, o que parece consequência de um acto impensado de alguns polícias, está, afinal, carregado de lógica e de sentido social. Por outras palavaras: o que se passou não foi arbitrário.
Com a vossa permissão prossigo mais tarde.
(continua)
Adenda: o vídeo a seguir contém imagens chocantes, aqui.
Adenda 2 às 7:34 de 05/03/2013: ouvidos ontem pela estação televisiva STV, camionistas moçambicanos que escalam a África do Sul queixaram-se de constantes maus tratos por parte da polícia sul-africana. Eles não gostam dos Moçambicanos - eis o resumo das intervenções.
Adenda 3 às 00:54 de 11/03/2013: este acontecimento trágico é propício não só ao sensacionalismo baixo-preço de certa imprensa, das redes sociais e dos blogues do copia/cola, como, também - estudem as televisões locais -, aos jogos políticos em geral e a certos jogos eleitoralistas em particular.

1 comentário:

Salvador Langa disse...

Ora aqui está Prof, não foi nada arbitrário.