12 abril 2015

Duplo poder em curso no país

- "Dhlakama afirmou que 15 mil manifestantes travaram uma ditadura no Egito, um Governo, disse, com um exército mais forte que a FADM (Forças Armadas de Defesa de Moçambique) e uma polícia bem alimentada, avisando que as multidões que aderem aos seus comícios seriam capazes de assaltar o país em poucos minutos, não havendo homens e balas para parar a sua fúria." Aqui.
- "Imaginem que eu convoco um comício na Beira, com milhares de pessoas, e marchamos para o palácio da governadora [Helena Taipo] para dizer 'vai-te embora'. A polícia pode tentar disparar, os meus guardas também vão responder e, então, voltaríamos à guerra", afirmou Afonso Dhlakama, que se referiu à dirigente provincial de Sofala, nomeada pela Frelimo, como "aquela macua" (originária de Nampula, norte)." Aqui.
Escreveu um dia - já passaram várias décadas - Léon Trotsky o seguinte: "A unidade de poder, condição absoluta da estabilidade de um regime, subsiste enquanto a classe dominante consegue impor a toda a sociedade as suas formas económicas e política como as únicas possíveis." Esta posição pode não ser decisiva hoje para países como o nosso, mas não deixa de ser interessante e, até, analiticamente motivante.
Enquanto o presidente da República e presidente do Partido Frelimo, Filipe Nyusi, está na província de Gaza na sua primeira presidência aberta, o presidente do Partido Renamo, Afonso Dhlakama, na oposição, prossegue, de província em província, a sua campanha de contrapoder, desta vez na província de Manica (recorde neste diário aqui).
É uma autêntica e dura luta de poder entre dois partidos e dois líderes, de combate pela preeminência política, tão mais forte quanto a Renamo e Dhlakama ameaçam usar a força para fazer valer o seu projecto de autarquias provinciais.

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