08 fevereiro 2015

Renamo: desobediência civil como estratégia política (8)

Oitavo número da série. Permaneço no ponto 3 do sumário proposto aqui, a saber: 3. Níveis de operacionalização, entrando no subponto 3.3. Populismo. Depois de ter abordado brevemente a dhlakamização da Renamo e o cesarismo, chegou a altura de terminar este ponto com uma referência ao populismo. Escreveu Pierre-André Taguieff que o populismo não é nem uma ideologia política nem um tipo de regime. É um estilo político fundado sobre o recurso sistemático ao povo, havido como exterior a grupos e classes sociais. Fórmula vazia e ambígua, que pode servir tanto regimes antidemocráticos quanto a vontade de democratização. Oscila entre uma orientação autoritária e antidemocrática e uma orientação hiperdemocrática. (Taguieff, Pierre-André, L´Illusion populiste, Essais sur les démagogies de l´âge démocratique. Paris: Champs/Flammarion, 2007, passim.) Se não se importam, prossigo mais tarde.
Adenda 1: Do cesarismo de Dhlakama: "O líder do partido Renamo deixa claro que “não há guerra” mas não vai tolerar provocações. “Quero deixar claro aos comunistas da Frelimo se tentarem provocar a Renamo, tentarem disparar para a Renamo, juro pela alma da minha mãe que a resposta não será aqui no norte (...) agora é aquecer lá, nos prédios lá, lá em Maputo onde estão os chefes”. Aqui.
Adenda 2: segundo o "Verdade/Facebook", Dhlakama autoproclamou-se herói. Aqui.

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