06 julho 2014

Construção identitária no Facebook (facebooko, logo existo) (6)

Sexto número da série. Permaneço no terceiro ponto do sumário proposto aqui3. A magia dos "amigos" e dos "likes". Ao contrário dos espaços físicos, onde é preciso esforço para ter e manter amigos, nos espaços virtuais os "amigos" arranjam-me de forma quase instantânea e são rapidamente solúveis como o café e o leite instantâneos. Basta enviar pedidos de amizade ou aceitá-los. Com os amigos instantâneos, a maior parte dos quais jamais realmente serão conhecidos - conhecidos que se desconhecem, como escrevi um dia - e com os "likes", sentimo-nos donos do mundo, centros de gravidade, seres indispensáveis ao universo. A vertigem de sermos alguém num mundo com mais de sete mil milhões de habitantes cresce na proporção do número de "amigos" e de "likes" que figuram nas nossas páginas. Na grande maioria dos casos não há contacto com os "amigos". Mas o que interessa não é que eles nos contactem ou que nós os contactemos, mas que existam, virtualmente que seja.

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