18 outubro 2013

Luta política: a Pasárgada da Renamo (20)

Vigésimo número da série, sempre trabalhando com hipóteses. Do sumário proposto aqui, entro agora no subponto 3.2. proposto aqui3.2. Possibilidade de uma guerra de baixa intensidade tendo vias de comunicação como alvo. Escrevi no número anterior que restava à Renamo resgatar politicamente a história, dar-lhe o sentido irremediável de uma missão salvacionista (recorde aqui e leia aqui). Por outras palavras: fazer da luta no passado o lubrificante da luta de hoje contra aquilo que o seu bloco hegemónico considera serem injustiças eleitorais e ausência de distribuição de recursos de poder (financeiros e políticos), transformar o presente numa cruzada heróica destinada a (1) reoxigenar guerrilheiros envelhecidos, (2) dar sentido a guerrilheiros novos sem futuro e (3) acalmar uma elite ansiosa de candidatos a deputados e a membros de assembleias. De que maneira? Activando em permanência a ameaça global de guerra - guerra, aliás, já accionada com alguns ensaios levados a cabo a partir de Santugira (base do presidente da Renamo há cerca de um ano) - e renamizando o preceito de Clausewitz (a guerra é uma simples continuação da política por outros meios) na expectativa de obter concessões do partido no poder. Mas que tipo de guerra? A de baixa intensidade, eventualmente acompanhada de uma exigência seccionista do tipo federal. E com que objectivo? Se não se importam, prossigo mais tarde.
(continua)
Adenda às 08:37: sugiro leia a manchete do Diário da Zambézia digital de hoje sobre a Renamo, aqui.

2 comentários:

nachingweya disse...

A avaliar pelos níveis - só os visíveis - de esforço de rearmamento do governo por terra, mar e ar é certo que há-de haver Guerra. O governo está-se a preparar para uma guerra.
A não ser que Dhlakama não esteja atento e tenha optado pela eutánasia,é muito provável que esteja também a armar-se e talvez a partir das mesmas fontes que o governo.
PS: Ao que se diz, os MIG21F aquiridos pelas Forças Armadas de Moçambique na Roménia (!!!)são unidades tecnologicamente descontinuadas, sem acessórios, sem assistencia técnica e nem pilotos moçambicanos- os nossos tinham sido teinados em MIG17.(O caro leitor imagine-se a comprar na Albania uma marca americana cuja fabrica fechou em 1980. Que garantias esperaria desse investimento?) De tão obsoletos parece que um em cada quatro não passa os testes de voo no aeroporto de origem!.
Mas ainda podem servir para bombardear funerais em Satungira tal como varias vezes aconteceu na Zambezia e Tete durante a Guerra Civil terminada em 1992.

Salvador Langa disse...

Uma guerra tem no mínimo dois contendores.