19 abril 2013

O aguilhão da história (sobre o assassinato do taxista moçambicano) (26)

"(...) a nossa preocupação no que se refere aos moçambicanos na África do Sul tem a ver com a extrema violência com eles tem sido tratados quando cometem crimes. Isto aconteceu agora, foi um caso excepcional, admitamos, mas também temos tido conhecimento de que os caçadores furtivos normalmente são mortos." - ministro Oldemiro Baloi
Vigésimo sexto número da série. Permaneço no sétimo número do sumário proposto aqui, a saber: 7. A história da dependência moçambicana como colónia laboral. Temos, assim, dois mecanismos - imposto (primeiro a nível dos Estados e das chefaturas locais, depois a nível do Estado colonial) e lobolo -, percutindo o trabalho migratório para a África do Sul. Todos os anos milhares de Moçambicanos foram e vão para esse país. Socialmente fenómeno androcêntrico, o trabalho migratório criou no imaginário popular do Sul (em especial) do nosso país a crença de que quem não vai à África do Sul não é homem.
Permitam-me prosseguir mais tarde.
(continua)
Adenda: o vídeo a seguir contém imagens chocantes, aqui.
Adenda 2 às 7:34 de 05/03/2013: ouvidos ontem pela estação televisiva STV, camionistas moçambicanos que escalam a África do Sul queixaram-se de constantes maus tratos por parte da polícia sul-africana. Eles não gostam dos Moçambicanos - eis o resumo das intervenções.
Adenda 3 às 00:54 de 11/03/2013: este acontecimento trágico é propício não só ao sensacionalismo baixo-preço de certa imprensa, das redes sociais e dos blogues do copia/cola, como, também - estudem as televisões locais -, aos jogos políticos em geral e a certos jogos eleitoralistas em particular.
Adenda 4 às 00:51 de 22/03/2013: um trabalho no Sowetan (obrigado ao FL pelo envio da referência), com o título abaixo:

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