06 março 2013

O aguilhão da história (sobre o assassinato do taxista moçambicano) (5)

"(...) a nossa preocupação no que se refere aos moçambicanos na África do Sul tem a ver com a extrema violência com eles tem sido tratados quando cometem crimes. Isto aconteceu agora, foi um caso excepcional, admitamos, mas também temos tido conhecimento de que os caçadores furtivos normalmente são mortos." - ministro Oldemiro Baloi
Quinto número da série. Permaneço no primeiro número do sumário proposto aqui, a saber: 1. Sobre violência policial. A polícia não é nem boa nem má em si, não é nem mais nem menos violenta em si, psicologicamente em si, psicologicamente individualizada: é simplesmente polícia enquanto instituição, enquanto guardiã colectiva de uma dada ordem social em função de um determinado regime político. Mas é necessário ver o fenómeno como uma anastomose, é necessário aprofundá-lo, o que procurarei fazer nos números seguintes.
Prossigo mais tarde.
(continua)
Adenda: o vídeo a seguir contém imagens chocantes, aqui.
Adenda 2 às 7:34 de 05/03/2013: ouvidos ontem pela estação televisiva STV, camionistas moçambicanos que escalam a África do Sul queixaram-se de constantes maus tratos por parte da polícia sul-africana. Eles não gostam dos Moçambicanos - eis o resumo das intervenções.

2 comentários:

nachingweya disse...

A cada povo(s) a sua polícia. Se isto realmente nos indignasse enquanto sociedade nenhum policia o faria. A indignação que expressamos, incluindo a oficial, parece apenas a observancia de um formulário de pudor formal.
Não morremos como nação com a morte de Mido Macia.Porque essencialmente toleramos estes comportamentos antihumanos.
Os proprios sul africanos encaram a animalidade colectiva desses policias como um delito a ser avaliado através de leis de direito civil ordinario.

Salvador Langa disse...

Sem dúvida que é um problema complicado, o próprio governo sul-africano já afirmou que vai levar o caso até às últimas consequências.