06 julho 2012

Liga dos Estudantes Comunistas de Moçambique (28)

Vigésimo oitavo número da série, prosseguindo na décima quarta questão:
Carlos Serra: Que tipo de acção política defendeis?
Régio Conrado: (continuidade da resposta anterior, CS) O nosso país permite a liberdade de expressão e nós estamos nesta perspectiva a usufruir dessa liberdade cívica. Em geral, podemos dizer que a nossa acção política será desenvolvida por meio de acções sociais que serão os veículos de comunicação dos nossos ideais e dos nossos posicionamentos para contribuir para o progresso do país. Ao nível da Universidade, temos claramente a liberdade de pensar, manifestamente, e destarte nós nos aproveitamos dessa liberdade, manifestamente falando, para levarmos os estudantes a compreender que eles são vectores que podem contribuir para o progresso do país (continuidade da resposta no próximo número, CS).
(continua)

6 comentários:

Anónimo disse...

"...nós nos aproveitamos dessa liberdade,..., para levarmos os estudantes a compreender que eles são vectores que podem contribuir para o progresso do país..." Faltou acrescentar "Através do seu trabalho árduo, disciplina e dedicação."
É importante educar as pessoas para o trabalho e para o respeito pelo que não é nosso. Afinal o trabalho compensa, vejam o exemplo do incansável professor!!!
Espero que esta grupo de estudantes esteja a fazer isto também e não dando esperanças vãs aos jovens.

Regio Conrado disse...

Sr. Anónimo! Se tiver lido as primeiras edições nos dissemos que tínhamos como principio o rigor, a disciplina e o engajamento. Com isto queremos mostrar que e preciso que todos participem do progresso da sociedade por meio do seu trabalho intelectual e manual. Trabalho como produção artificial da condição humana todos são chamados a participarem. Sempre apelamos que os jovens devem se entregar para o trabalho, para a construção do pais mas também devem para a luta contra as opressões, exploração e exclusões a que são submetidos por um grupelho de pessoas. Nos não prescindimos de levar valores de respeito e amor a pátria mas que esse amor não se reduza a veneração de estátuas, ícones, não se reduz ao lambebotismo que tem grassado muitos jovens como vimos durante o simpósio dos cinquenta anos da FRELIMO. Não aquele tipo de jovens que queremos que se forme em Moçambique mas sim jovens que estão conscientes da sua responsabilidade enquanto moçambicanos. Não primamos pelo discurso politico que mais não vale pelas suas propriedades mas sim pela sua capacidade de mobilização mas sim por um discurso que nasce da realidade, do ventre daqueles que sofrem constantemente a violência de todos os tipos. Não queremos desenvolver praticas discursivas que fujam a realidade. Porque faríamos isso? O que ganharíamos? Queremos que a sociedade, os jovens, velhos e crianças desenvolvam uma capacidade para a luta e resistência, para o combate negando desta forma a resignação, o servilismo. O trabalho faz o homem, e e partir do trabalho que o Homem se encontra consigo mesmo, o trabalho emancipa o Homem da sua animal idade para a onticidade, humanidade. O trabalho surge como uma oportunidade de humanização, não o trabalho obsessivo que vemos os nossos irmão nas obras, nos dumbanengues, nos portos entre outras partes que nem precisamos mencionar. Aquele trabalho não queremos, queremos também ter direito ao ócio como um dia Lafargue. Entenda-se bem o ócio como um oportunidade que todos tem de ter lazer para beneficiar dos proventos do seu trabalho. Veja hoje em Moçambique e outros países africanos os que mais trabalham sao os que estão a ficar mais pobres. Mamadou Sissoko numa obra Intitulada " Deus não e um camponês" descreve de forma eloquente quanto trabalho os camponeses devem realizar para ter um vida menos miserável. Não e isto que queremos para os nossos compatriotas, irmãos e amigos de todas as partes.

ricardo disse...

E que viva a democracia. Afinal vale a pena viver nela, quanto mais nao seja porque "...nosso país permite a liberdade de expressão e nós estamos nesta perspectiva a usufruir dessa liberdade cívica..."

Queria poder ver isto em Cuba ou na Coreia do Norte (isto e, se a Internet fosse acessivel aos cidadaos de la).

E ou nao e?

Regio Conrado disse...

Sr. Ricardo! Se entendeu muito bem, nos dissemos manifestamente, ou seja, não estamos a dizer que em Moçambique vive-se uma tal liberdade de expressão, uma verdadeira liberdade de expressão, como parece aos que não entram a fundo do que estamos a dizer. manifestamente, o que parece e que vivemos num pais com liberdade de expressão, mas latentemente sabemos que essa liberdade e apenas formal, que só uns poucos a podem usufruir. se tivermos as teorias sobre a democracia, enquadradas na teoria de democracia e democratização, podemos dizer que duas formas de olhar para a democracia: Formal ou procedimentalista e substantivava. A primeira defende que a democracia se reduz as eleições não se importando com outros elementos que são precisos para democratizar a própria democracia. Nesse sentido, Moçambique pode ser vista como uma democracia porque realiza eleições dentro do tempo estipulado. Mas se olharmos com mais atenção, partindo das criticas de Pedone, M. Olson, Carolthers, Adebawi, Easton, NGoenha, Castiano, Bobbio, Boaventura de sousa santos, que são defensores da perspectiva substantiva defendem que a democracia nao se pode reduzir as eleições como Schumpeter queria, porque apesar de serem importantes para a democracia nao são uma razão suficiente, mesmo os regimes autoritários e totalitários outrossim fazem eleições. Dai que uma democracia, na linha de Popper, deve ser acima a criacao de instituições que permitam a efectivação da liberdade não como livre arbítrio mas como mit-zein. não e possível esgotar o debate sobre isso neste espaço. se achar conveniente arranjemos um fórum para continuarmos com este debate. Concorda, sr. Ricardo?

Salvador Langa disse...

Pois claro, ora aqui está o cavalo de batalha "ricardino", a pura liberdade das palavras. O resto não existe nem mesmo interessa. Até porque de noite todos os gatos são pardos. "É ou não é?"

ricardo disse...

Claro sr. Conrado, voce sabe onde me encontrar. Mas, asseguro-lhe, o que nao existe mesmo e o languismo-cientifico com a sua cassete "E ou nao e?". Nem por procuracao...Ja agora, eu vou a aula aberta do Prof. Joseph Stiglitz sobre a maldicao dos recursos em Mocambique.

E o sr. LANGA, porque nao vai la tambem? Assim, ficavamos a saber quem e o gato e que se esconde atras do "e ou nao e?"...