03 julho 2012

Liga dos Estudantes Comunistas de Moçambique (25)

Vigésimo quinto número da série, prosseguindo na décima quarta questão:
Carlos Serra: Que tipo de acção política defendeis?
Régio Conrado: (continuidade da resposta anterior, CS) Quando reafirmamos a importância da palavra, do verbo como mecanismo para a nossa efusão social,  significa, sobretudo, que o nosso interesse não é entramos em choque com o poder político ou ainda com o regime político instalado no país. O que nós queremos, como Moçambicanos, Moçambicanos que se sentem responsáveis perante a sua pátria, é desenvolver um espaço de argumentação comunicativa ou pelo menos que se estruture num agir comunicativo (continuidade da resposta no próximo número, CS).
(continua)

4 comentários:

ricardo disse...

"...o nosso interesse não é entramos em choque com o poder político ou ainda com o regime político instalado no país. O que nós queremos, como Moçambicanos, Moçambicanos que se sentem responsáveis perante a sua pátria..."

E se o regime nao der ouvidos as aspiracoes dos cidadaos, convida-se o POVO a ler Marx para embalar as suas frustracoes?

E muito curioso isto. Tendo em conta que, desde os socialistas utopicos, a esquerda sempre se caracterizou por liderar processos de rotura social e nao conformistas. A menos, claro esta, se o objecto da mudanca fosse o proprio comunismo.

Receita velha, dispensa demonstracao teorica, uma vez a pratica se ter antecedido a aquela.

P.S.

E claro que vao dizer que eu nao percebo nada deste alpinismo intelectual. Tipico...

Salvador Langa disse...

Só palavras?

Paulo disse...

Conrado, atenção às armadilhas com barbas, pois se você fala em luta logo um espertalhão do género "Ricardo" vai dizer que o Estaline estragou a democracia...

Regio Conrado disse...

sr, Ricardo! O que nos defendemos não são apenas palavras mas acção, ou seja, a primeira dimensão é utilizar a nossa postura como seres do logo, da palavra. da razão para solucionarmos os nossos problemas. é mais ou menos o que o sr. Ricardo disse anteriormente, a razoabilidade. Mas é preciso não parar nas palavras pois estas por si so não mudam nada é preciso agir. Nesse sentido, queremos que não se chegando a consensos por via da palavra, entramos para a revolução, para a violência revolucionaria, entenda-se violência que visa mudanças radicais na sociedade. Nos não queremos ser reformistas, isto deixamos para os sociais-democratas, nos queremos a mudança estrutural, aquela mudança que trará novos ventos, novas esperanças. Quando apelamos a palavra é para mostrar que somos racionais e podemos resolver as nossas desavenças sem violência mas a historia mostra que as coisas não mudam apenas por meio da palavra. é preciso agir duramente contra os exploradores, espoliadores, larápios, saqueadores dentro da sociedade. Nos somos pela mudanças estruturais, pela mudanças que vão aplicar um estilo de ditadura do proletariado enquadrado ao nosso contexto.Nos defendemos não o esquerdismo como doença infantil do comunismo, mas defendemos uma acção que como essência a mudança. Nao queremos ser como Fourier, Proudhon, Owen, os socialistas utopicos que criam que os capitalistas mudariam por moralização pois nos compreendemos que temos de entrar em combate com os kulaks, os ladroes, os novos-ricos como Krumah chamou os que se apropriam dos lugares dos colonialistas no período pós independência. Nos estamos decididos a suportar as consequências que vem da nossa luta. O sr. fez observações que nos são úteis para continuarmos a esclarecer os nossos posicionamentos. Se terminássemos nas palavras seria uma estupidez continuar, é necessário consciencializar aos moçambicanos que é preciso ir a luta para as coisas mudarem, é preciso sacrificar pois senão os tiranos nunca sairão do poder e nunca deixarão de ser estupidamente sanguinários nas suas acções. é preciso desenvolver aquilo que Lukacs Chamou de Consciência de Classe e isso implica um trabalho intenso da palavra e acção.