04 junho 2012

A hipótese do duplo poder (8)

O oitavo número da série, baseada num trabalho do jornal "O País", versão digital, conferível aqui. Prossigo no ponto 2 do sumário proposto aqui.
2. A especificidade moçambicana. Escrevi no número anterior que a hipótese do duplo poder (poder presidencial estatal e poder presidencial partidário, este comandando aquele) podia estar relacionada com dois fenómenos: (1) envelhecimento dos produtores da independência nacional mais visivelmente directivos e (2) ameaça de concorrentes políticos jovens e hábeis de outros partidos. Entro no primeiro ponto. Na verdade, algumas das mais marcantes figuras da produção da pátria envelheceram num país jovem e de jovens como é o nosso. Acresce que nem todas foram e são tão públicas, tão conhecidas, quanto Samora, Chissano e Guebuza. Para os produtores de raiz da pátria o desafio político imediato consiste em saber como manter por mais tempo a sua dominação real através de uma direcção estatal formal, de transição, assegurada por sucessores mais jovens, pós-independência, disciplinados e obedientes. Se não se importam, prossigo mais tarde.
(continua)

3 comentários:

nachingweya disse...

Ou como "ZIMBABWEAR" Moçambique sem melindrar os doadores e sem estorvar os predadores dos recursos naturais.

ricardo disse...

Tudo indica que assim tem sido. Mas isso faz-me colocar uma pergunta. O que tera concorrido para que tres geracoes depois, os historicos da FRELIMO, nao tenham escolhidos continuadores que lhes deixassem repousar tranquilamente? Porque disse Hama Thai que os jovens venderiam este pais? Sera bom dirigente aquele que ja nasce chefe?

Palpita-me que foi por falta de coragem para encarar as respostas que nos conduziram para esta saida.

Salvador Langa disse...

Mas acredito que o delfim "formal" não será o Ali.