01 fevereiro 2012

Por que a crise atual é maior que a dos anos 30

Na Carta Maior, com o título em epígrafe: "Ao contrário da Grande Depressão, desta vez a crise afetou o coração mesmo do sistema capitalista, que é o seu sistema bancário central. Nos anos 30, milhares (cerca de 9 mil) bancos quebraram nos EUA e na Europa, no curso de quatro corridas bancárias entre 29 e 33, mas nem um único considerado grande. Eram pequenos e médios bancos municipais ou regionais, sem risco sistêmico. Agora, no rastro do Lemon Brothers, todo o sistema virtualmente esteve para colapsar." Aqui.

3 comentários:

Salvador Langa disse...

Belo trabalho.

Marta disse...

Temos de nos precaver nos nossos países.

ricardo disse...

Na Guerra Muitas Coisas Crescerão

Ficarão maiores As propriedades dos que possuem
E a miséria dos que não possuem
As falas do chefe
E o silêncio dos guiados.

Bertolt Brecht

Na verdade, os moinhos de vento criados pela crise civilizacional em que vegetam a Europa e os EUA são corolário de dois factores sistémicos que fê-los convergir oportunisticamente para Teerão. O primeiro, é a falência do modelo social avançado daqueles países por conta da diminuição drástica do seu crescimento económico em favor dos BRICS. O segundo e talvez o mais importante de momento, é a perda progressiva do controlo das fontes energéticas mundiais a favor igualmente dos BRICS. E enquanto o primeiro factor é susceptível de resolução com aplicação de medidas políticas no quadro comunitário europeu e EUA, como uma "sobretaxa social" sobre os produtos importados aos BRICS para aumentar a competitividade dos bens manufacturados da Europa e os EUA e assim, reestabelecer artificialmente o equilíbrio de outrora na sua balança comercial que a OMC, FMI lhes pareciam ter eternizado. Atitude desesperada, como se evidencia nesta notícia aqui: http://rt.com/news/merkel-china-visit-support-303


Já o segundo factor sistémico do pesadelo europeu depende do controlo efectivo dos meios de produção, o que não tem sido possível nos últimos tempos. Mas com a situação na Líbia mais ou menos estabilizada pelo (des) governo satélite do CNT e a extracção do seu crude já penhorada no pagamento das dívidas de guerra aos libertários da NATO, ideia que é reforçada com o anúncio do recente desembarque de 12 mil marines na Líbia, para fazerem a protecção exclusiva das instalações petrolíferas. o mundo ocidental acredita que é chegado o momento de atacar o Irão, para criar escassez do crude no mercado e o consequente aumento do seu preço, oportunidade que os EUA não deixarão de aproveitar para fortalecer o dólar, moeda cuja commodity de referência à muito que deixou de ser o ouro para se tornar no instável crude, prevalecendo afinal um milagre com 150 anos de idade, que é outorgar a um estado economicamente falido o título de centro financeiro mundial.

E chegados aqui até poderíamos falar de um terceiro factor sistémico do pesadelo europeu, criado por eles próprios: http://rt.com/news/iran-india-gold-oil-543

Por isso é que estou convencido que o ensaio geral de uma Terceira Guerra Mundial poderá ter como palco o Irão...

P.S.

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