18 fevereiro 2012

Inhambane: a química contra o desenho

Para a eleição intercalar autárquica de 18 de Abril na cidade de Inhambane, o MDM foi o primeiro a encontrar um candidato a edil, Fernando Nhaca, professor de Desenho.
A seguir foi a FRELIMO, escolhendo Benedito Guimino, professor de Química, numa clara resposta estratégica em termos de profissão.
Consolida-se a inovação nas eleições autárquicas moçambicanas.
Primeiro, foi a eleição de um doutorado para a edilidade de Quelimane, Manuel de Araújo. Nunca antes tinha havido um concorrente político nas nossas eleições com tão alto grau académico.
Agora, temos dois professores concorrendo para a presidência da edilidade de Inhambane, ao Desenho do MDM a Frelimo contrapõe a Química. Nunca antes tinha havido dois professores candidatos a um cargo político no nosso país.
Se a Química estuda as características e as modificações dos elementos da natureza, o Desenho é o processo de imitação ou de transformação da realidade. Resta, agora, saber o que a Química pode desenhar e o que o Desenho pode fazer reagir.
Em termos de xadrez, creio estarmos ante uma partida italiana, com posições abertas e movimentações agressivas.
Adenda: não estou ainda certo se escreverei algo parecido como, em 20 números, fiz para Quelimane, recorde aqui.

5 comentários:

Salvador Langa disse...

Curiosa a opção da Frelimo de escolher também um professor.

Eleuterio Fenita disse...

A Batalha dos Professores
Para as intercalares de Inhambane os dois únicos partidos concorrentes - e presente, na minha opinião, as formações políticas mais visíveis do país - escolheram, como seus candidatos, dois homens que, para lá das diferenças político-partidárias que os opõem, têm uma coisa em comum. Refiro-me a Fernando Nhaca, o 'eleito'do MDM, e Benedito Guimino, o 'votado' da Frelimo..., ambos professores de carreira e no activo- pelo que me dizem os seus dados biográficos. Interessante, num país em que o Professor é visto e tratado como é. Interessante num país em que a docência foi e ainda é tão banalizada, mal valorizada, compensada e 'txopelada', perante profissões que se dizem de maior 'cilindrada'. Sei do que falo. Como alguêm formado como Professor, após três anos a percorrer, quatro vezes por dia, a pé, a distância que separa o agora Seminário São Pio X e o Instituto de Línguas, em Maputo, em 'chamado' da nossa Pátria. E que durante uns tantos anos leccionou. Para no final ser obrigado a procurar outras formas de ganhar a vida..Igualmente sofridas!

Carlos Serra disse...

Gostei de ler o seu comentário.

Eu Inhambane disse...

A verdade ainda se mantem obscura. Como eh possivel, numa pacata cidade com tres milhoes de eleitores existirem dezena e poucos pre-candidatos dentro de uma "seita" politica? A reaccao da Frelimo nao eh nada mais do um esforco para resgatar o professorado da cidade de Inhambane que foi vulgar e banalmente insultado pelo "chefe maximo" do batuque e da macaroca, que por estas bandas pensa que eh o "senhor e rei" metendo-se em assuntos que nao sao de sua alcada. Prof. Serra, como base para a antevisao das eleicoes em Inhambane sugiro que se olhe para o trinomio funcao publica - juventude - desorganizacao interna da Frelimo. Em Inhambane estes poderao ser os factores-chave das eleicoes. Nao digo mais nada.

Nelson disse...

"resgatar o professorado", me lembrei agora da reuniao do Itai Meke e os professores de Kelimane nos dias rubros da campanha eleitoral para intercalares. Meke prometeu o pagamento imediato das hors extras k eram devidas a mais de nove meses.